Um novo golpe digital vem se espalhando rapidamente pelo Brasil e acende o alerta para empresas e profissionais que utilizam o WhatsApp como ferramenta de comunicação: o vírus Sorvepotel.
Identificado por empresas de cibersegurança como parte de uma campanha maliciosa em curso, o malware tem como principal objetivo monitorar atividades bancárias, roubar dados sensíveis e se propagar através do WhatsApp Web.
Neste artigo, você vai entender o que é o Sorvepotel, como ele funciona, quais riscos representa para usuários e empresas, como identificar sinais de infecção e, principalmente, como se proteger desse tipo de ataque cibernético.
O que é o vírus Sorvepotel e como ele funciona?
O Sorvepotel é um tipo de malware, ou seja, um software malicioso, distribuído principalmente via mensagens no WhatsApp Web e por e-mail. Ele se disfarça como arquivos legítimos, como recibos, orçamentos, comprovantes ou até mesmo resultados de exames médicos, geralmente compactados em formato ZIP. O nome “Sorvepotel” vem da referência a domínios usados pelos criminosos, que incluem expressões como “sorvete no pote”.
Ao abrir o arquivo ZIP no computador, o usuário encontra um atalho com a extensão .LNK, que simula um documento comum. Ao ser executado, esse atalho conecta o computador a um servidor remoto, permitindo que os invasores instalem outros componentes maliciosos. Entre eles, destaca-se um trojan responsável por monitorar o navegador da vítima e identificar quando ela acessa sites de bancos ou corretoras de criptomoedas.
O malware é projetado para interferir nesse tipo de navegação, exibindo páginas falsas dos bancos e capturando dados como senhas, tokens e outras credenciais de segurança.
Como o golpe se espalha pelo WhatsApp e quais os riscos?
Uma das táticas mais perigosas adotadas pelo Sorvepotel é sua capacidade de autopropagação. Após infectar o dispositivo da vítima, o malware utiliza a sessão ativa do WhatsApp Web para reenviar automaticamente o mesmo arquivo malicioso para outros contatos. Isso torna o ataque ainda mais eficaz, pois a mensagem parte de um contato conhecido, o que aumenta as chances de novos usuários abrirem o anexo acreditando ser legítimo.
Além disso, o vírus também pode ser distribuído por e-mail, com mensagens cuidadosamente criadas para simular comunicações reais como faturas, cobranças ou comunicados de saúde. Essa combinação de disseminação por múltiplos canais e a engenharia social envolvida tornam o golpe ainda mais perigoso.
Em alguns casos, os usuários infectados foram banidos temporariamente do WhatsApp por envio excessivo de spam, o que adiciona mais um problema: o comprometimento da conta profissional e a interrupção da comunicação com clientes.
Por que esse vírus é especialmente perigoso para empresas?
Embora o Sorvepotel possa afetar qualquer usuário, sua arquitetura e modo de operação sugerem um foco claro em ambientes corporativos. Isso porque o ataque depende, na maioria das vezes, de que o anexo seja aberto em um computador, o que é mais comum em contextos de trabalho, especialmente em empresas que usam o WhatsApp como canal de atendimento, vendas ou suporte.
Além disso, o vírus monitora de forma ativa o navegador, buscando acesso a serviços bancários e financeiros. A lista de instituições alvo inclui grandes bancos como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, Santander, Banestes e Banrisul, bem como corretoras de criptomoedas como Binance, Foxbit e Mercado Bitcoin.
A exposição de dados financeiros empresariais pode resultar em prejuízos significativos, vazamento de informações estratégicas e até golpes mais complexos. Em ambientes com dispositivos compartilhados ou ausência de políticas de segurança da informação, o risco se torna ainda maior.
Outro ponto crítico é a possibilidade de contaminação em cadeia: um único colaborador infectado pode propagar o vírus para toda a rede de contatos profissionais da empresa.
Quais sinais indicam que seu dispositivo foi infectado?
Reconhecer os sintomas de uma infecção digital pode ajudar a reduzir danos e impedir a propagação. No caso do Sorvepotel, alguns sinais de alerta incluem:
- Reenvio automático de mensagens no WhatsApp, sem o seu consentimento
- Contatos relatando o recebimento de arquivos suspeitos enviados pela sua conta
- Lentidão incomum no navegador ou comportamento estranho ao acessar sites bancários
- Páginas de login de banco com aparência diferente ou erros de carregamento
- Notificações de segurança indicando login suspeito ou tentativa de bloqueio da conta do WhatsApp
- Instabilidade geral no sistema após abrir arquivos ZIP desconhecidos
Se você identificar qualquer um desses sinais, é recomendável interromper imediatamente o uso do computador, desconectar da internet e realizar uma varredura com uma solução antivírus confiável. Em ambientes corporativos, o ideal é acionar a equipe de TI imediatamente.
Como se proteger do Sorvepotel no WhatsApp?
Embora o Sorvepotel seja uma ameaça séria, existem medidas eficazes para prevenir sua ação e proteger tanto usuários individuais quanto empresas.
Para usuários:
- Desative o download automático de mídias no WhatsApp, especialmente no computador.
- Nunca abra arquivos ZIP recebidos sem confirmação prévia, mesmo que venham de contatos conhecidos.
- Não execute arquivos com extensão .LNK, principalmente se vierem de fontes desconhecidas.
- Utilize soluções de segurança confiáveis, como antivírus e antimalware, sempre atualizados.
- Mantenha o sistema operacional e navegadores atualizados, com os últimos patches de segurança instalados.
Para empresas:
- Implemente políticas de uso seguro do WhatsApp. Evite acessos em computadores públicos ou compartilhados.
- Restrinja o envio e recebimento de arquivos suspeitos, utilizando ferramentas de filtragem de conteúdo.
- Crie diretrizes claras para o uso de dispositivos pessoais no ambiente de trabalho (BYOD).
- Adote medidas de contenção de riscos, como virtualização de ambientes ou uso de navegadores em sandbox.
- Promova treinamentos periódicos de conscientização sobre golpes digitais.
Em contextos empresariais, a combinação de tecnologia, boas práticas e educação dos colaboradores é a forma mais eficiente de mitigar riscos e preservar a integridade da comunicação digital.
Conclusão
A propagação do vírus Sorvepotel reforça a importância de adotar uma postura preventiva diante das ameaças digitais, especialmente em ferramentas amplamente utilizadas como o WhatsApp. Empresas que utilizam o aplicativo como canal de comunicação devem estar atentas a práticas seguras e orientar suas equipes para evitar armadilhas cada vez mais sofisticadas.
Investir em segurança digital deixou de ser uma opção e passou a ser uma necessidade. Para quem utiliza o WhatsApp de forma profissional, conhecer soluções seguras de atendimento e gestão pode ser um diferencial importante. Conheça a Digisac e saiba como proteger a comunicação da sua empresa.

